Realizou-se no dia 28 de março mais um teste (prático) da implementação do Voto Acessível – neste caso durante o ato eleitoral realizado para os órgãos sociais da Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC). Solução criada e há vários anos defendida pela Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral (FAPPC), este sistema possibilita o exercício do direito de voto, com autonomia, liberdade e em total confidencialidade, a pessoas que possam apresentar algum tipo de limitação física, não sendo, portanto, uma opção apenas pensada e criada para pessoas com deficiência.
De realçar que o Voto Acessível foi, no caso das eleições para a APPC, solução complementar ao tradicional voto “em papel”. Rui Coimbras, Presidente da Direção da FAPPC (e autor da referida solução de voto), compareceu neste ato disponibilizando o sistema e, em algumas situações, prestando os necessários esclarecimentos sobre o funcionamento deste Voto Acessível – uma solução criada em parceria entre a FAPPC e a IBM/Softinsa.
Este trabalho assume especial importância tendo em consideração, também, recente Resolução da Assembleia da República (n.º 97/2025), que “recomenda ao Governo a implementação do voto acessível para pessoas com paralisia cerebral e outras deficiências”, propondo realizar “um estudo detalhado sobre a viabilidade e os benefícios do sistema de voto acessível” desenvolvido pela FAPPC, “incluindo a análise do impacto desta solução em contextos eleitorais”, bem como propondo que se “implemente um programa piloto para testar a aplicação do sistema de voto acessível nas várias secções eleitorais, averiguando a satisfação dos cidadãos e dos membros responsáveis pelas mesas de voto”.